N’umbuntu debate questões étnico-raciais
Veículo: CT online
Editoria:Geral Tipo: Matéria
Data: 03 de Dezembro 2015/ 09 :14
Assunto: Unifesspa
Marabá, Quinta Feira, 03 de dezembro de 2015
N’umbuntu debate questões étnico-raciais na universidade
Acontece até esta sexta-feira (4), em Marabá, o III Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão N'umbuntu. O evento tem como palco o Campus I da Universidade Federal do Sul e SudeEvento nacional destaca a importância de se debater o assunto de forma interdisciplinar
“A iniciativa pretende discutir e debater várias questões educacionais e culturais, de uma série de elementos que são importantes para a interdisciplinaridade, que é a forma como as diferentes áreas do conhecimento podem trabalhar com o debate das questões raciais, dentro da Unifesspa e no Brasil, de maneira geral”, afirma o professor, acrescentando que é comum se pensar o debate das relações raciais nas área de ciências humanas, sociais, porém isso deve ser disseminado também para as outras áreas, como a tecnológica, por exemplo.ste do Pará (Unifesspa) e é o primeiro que se realiza em nível nacional. Organizado pelo Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Relações Étnico-Raciais, Movimentos Sociais e Educação – N’umbuntu, da Unifesspa, o encontro começou na terça-feira (1º) e tem como objetivo debater várias questões referentes às relações étnico-raciais na educação, conforme informou ao jornal o professor Ivan Costa Lima, fundador do núcleo e um dos organizadores do encontro.
“Infelizmente nossos currículos – no ensino público ou privado – ainda têm dificuldade de pensar e debater essa situação e, por isso, há a necessidade de discutir o assunto e de trazer diferentes pessoas que têm produzido no Brasil para pensarem esse debate aqui na Unifesspa. Teremos vários convidados de diferentes universidades do país e de diferentes núcleos, já que, assim como N’umbuntu, há outros núcleos em diferentes universidades pensando as relações étnico-raciais”, explicou.
Lima destaca que em 2015 completa 12 anos de alteração da Lei 9.394, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, incluindo no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira". “A legislação obriga o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena nos currículos escolares, tanto públicos como privados, mas, apesar de serem 12 anos, ainda estamos nesse processo de discussão e, a partir daí, a interdisciplinaridade deve trazer uma reflexão e práticas pedagógicas que contribuam para as diferentes áreas do conhecimento poderem fazer esse debate. Esse é o nosso grande desafio, inclusive dentro da própria Unifesspa”, observou.
Ele destaca que algumas áreas já trabalham melhor as questões, como pedagogia, a história e educação do campo, por exemplo, mas ainda há muito o que se caminhar. “Temos um universo muito grande de áreas de conhecimento que não trazem esse debate para dentro da Unifesspa e acaba sendo responsabilidade apenas nossa, do núcleo que trabalha diretamente com essas relações lá dentro, tentando o tempo todo dizer que é necessário pensar em termos mais abrangentes”.
Conforme ele, a intenção do evento é atrair dois públicos fundamentais, tanto os profissionais de educação, quanto os jovens estudantes de todos os cursos. Até o início da semana já eram 120 inscritos para as atividades, seja apenas para acompanhar as discussões ou realizar a apresentação de trabalhos específicos. “Há pelo menos um interesse de estar vendo o que se tem debatido na universidade local e em outros locais do país. O diálogo de saberes será constituído e compreendemos que há interesse da juventude. Portanto, estamos aproveitando o momento para debater os elementos que têm interesse significativo para esse grupo”, informou.
Programação com diversas palestras
Mesas redondas, painés, e uma série de palestras estão acontecendo desde a última terça-feira (1º), dentro da programação do III Encontro de Ensino e Extensão N'umbuntu, que acontece em Marabá. Na terça, além de credenciamento e inscrições, o evento envolveu os participantes em oficinas de contação de história e de tranças.
À noite foi composta a mesa de abertura e a conferência “Educação Anti-Racista: Diálogos do Saber”, pelo professor Dr. Carlos Benedito Rodrigues da Silva, da Universidade Federal do Maranhão. Ontem, quarta-feira (2), foram compostas mesa redonda e grupos de trabalho, além de terem sido ministradas palestras.
Hoje, quinta (3), a partir das 8 horas, acontece a mesa “O Trabalho com a Educação das Relações Étnico-raciais em Marabá”, com a participação de professores locais e mediação da Prof.ª Dr.ª Ana Clédina Rodrigues Gomes. Às 10 horas será montada a mesa “Desafios, Avanços e Experiências na Educação as Relações Étnico-raciais”, mediada pelo Prof. Me. Janailson Macêdo Luiz.
À tarde serão formados grupos de trabalho e a partir das 19 horas ministrada a palestra “Pensamento Social Brasileiro e os Desafios da Educação das Relações Étnico-raciais”, pela Prof.ª Dr.ª Joselina da Silva, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
O evento se encerra amanhã, sexta-feira, com mais duas mesas redondas, “Estado e Quilombolas no Brasil: Identidade, Conflito e Territorialização”, mediada pelo Prof. Me. Janailson Macêdo Luiz pela manhã, e “Ritmos e Identidade na Diáspora: o Reggae e o Hip Hop em Cena, à noite, com mediação de Eric de Belém Oliveira, do Consciência Negra em Movimento. Ocorre, ainda, uma oficina de rimas e o encerramento com atividade cultural.
(Luciana Marschall)
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