A sessão de abertura da 7ª edição do Festival Internacional Amazônida de Cinema de Fronteira (Fia Cinefront), organizado pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), será nesta sexta-feira (15), às 19 horas, em Eldorado do Carajás. Uma das motivações para a escolha da data é homenagear as vítimas do Massacre da Curva do ‘S’, ocorrido na cidade em 17 de abril de 1996.
Entre os dias 15 e 23 de abril, o festival vai reproduzir três filmes em quatro momentos diferentes. A primeira exibição, na estreia, será do filme “Mulheres em Luta, semeando resistência”, que foi produzido dentro do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
No dia 21, quinta-feira, é a vez de “Adeus, Capitão”, que será exibido em uma sessão reservada, na aldeia do povo indígena Gavião. O filme documentário conta a vida do Capitão Krohokrenhum, líder desse povo, que faleceu em 2016. Vincent Carelli, diretor do filme, vai marcar presença nesse momento.
Carelli também irá comparecer na segunda exibição do documentário, na sexta-feira (22), em uma apresentação aberta ao público. “Adeus, Capitão” será visto pelos espectadores no Cine Marrocos, localizado na Velha Marabá, às 19 horas.
No sábado (23), o filme “Pureza” pode ser conferido em dois horários diferentes – 16 e 19 horas – no Cine Marrocos, com a presença do diretor Renato Barbieri e da atriz Dira Paes, protagonista da obra. O filme foi gravado na região e alguns moradores locais foram figurantes. A história, baseada em fatos reais, narra a busca de uma mãe por seu filho desaparecido.
As sessões realizadas no Cine Marrocos são gratuitas. O público deverá fazer uso de máscara e apresentar carteira de vacinação com pelo menos duas doses.
Para além dessa primeira semana, o festival se estende até o mês de agosto realizando exibições itinerantes por assentamentos, comunidades rurais e ribeirinhas dos estados do Pará e Maranhão. Universidades parceiras, de outros estados, também farão exibição dos filmes e debates serão realizados de maneira virtual.
SOBRE O FESTIVAL
Em conversa com o Correio de Carajás, Evandro Medeiros, professor da Faculdade de Educação do Campo da Unifesspa, compartilhou um pouco sobre a história do festival. O Fia Cinefront foi criado em 2015, por um coletivo composto por professores, alunos e técnicos da universidade.
Contando com a colaboração de movimentos sociais e organizações voltadas à luta pela terra e direitos humanos, o evento tem como objetivo apresentar filmes que, além de estarem fora dos circuitos cinematográficos tradicionais, trazem em seu enredo histórias voltadas para as vivências das regiões de fronteira.
Durante 2020, o primeiro ano da pandemia de covid-19, a organização do Cinefront não conseguiu preparar uma edição fora do contexto presencial. Evandro lamentou o ocorrido, mas encara como um momento de aprendizado.
“Uma coisa que aprendemos muito com movimentos sociais é que quando uma coisa não tem condição de ser realizada, alternativas tem que ser criadas para que as coisas aconteçam”.
Em 2021, foi feita uma parceria com um grupo paranaense e a mostra aconteceu de maneira virtual, através de uma plataforma de streaming preparada especialmente para o festival.
Além da exibição de filmes, ele também promove debates e apresentações culturais, enriquecendo ainda mais a experiência. (Luciana Araújo)
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