A professora de redação, graduanda em Letras pela antiga Universidade Federal do Pará (UFPA) e mestre em Letras pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) , então Campus de Marabá, pós-graduada em contação de história e gramática, disse em entrevista ao CORREIO DE CARAJÁS que desde a infância teve acesso aos dois tipos de leitura: oralidade e escrita. “O desejo de escrever sempre esteve dentro de mim, sempre gostei de fazer rascunhos e entregar para as pessoas” revela, explicando que apesar disso, o livro só nasceu em 2020, quando saiu de seu baú.
Tudo começou em família. Seus pais, paraibanos, sempre tiveram o hábito de contar histórias pra ela e seus irmãos. Sua mãe era professora municipal e desde cedo trabalhou literatura com Cláudia Borges. Diante disso, cresceu sendo uma pessoa que adorava ouvir e contas histórias casuais. Circunstância que levou Cláudia à origem do que mais tarde se tornaria a obra “O menino e a Matinta”.
Seu amigo Andrey, morador do bairro Francisco Coelho desde criança, virou a personagem Biel. Ele foi uma das pessoas que, cheias de espanto, medo e fascinação, tiveram um encontro com uma dessas criaturas, a Matinta Perera, e inspirou a autora a trazer para o público o eco de um passado não muito distante, quando os encantados ainda se encantavam com os terráqueos e se abrigavam no verde mais profundo das florestas e dos rios e flutuavam no azul mais azul dos ares.
Segundo ela, a criança que vive essa história é uma das muitas de uma Marabá antiga, cheia da luz esplendorosa, de um sol imbatível, mas também cheia de sombras das muitas árvores que ainda existiam às margens de um rio misterioso e sem fim. “Um tempo em que se podia correr pelas ruas, encontrar amigos ao acaso e até um ser fantástico de um outro mundo maravilhoso. Um tempo em que Dona Creuza, personagem que homenageia a artista plástica marabaense Creuza Salame, com magia e sabedoria, costurava tecidos de pano e da memória e os pendurava nos varais de um enigmático porvir”, relata.
Acerca do medo esboçado no livro, Cláudia explica que utilizou dele para falar sobre como devemos encarar esse sentimento, e como é imprescindível buscar forças dentro de si mesmo e nas pessoas que se confia, dando enfoque à sabedoria dos mais velhos, a fim de encontrar um rumo, um norte.
A produção, independente, teve o prefácio escrito por sua querida professora de graduação e mestrado, Eliane Soares, foi ilustrada pelos artistas regionais Bino Sousa e Nathanael Marques, e impresso pela editora Folheando.
Ela não considera que o livro seja voltado para apenas um tipo de público, pois devido a uma temática universal, que vai muito além do regional, do folclore, qualquer pessoa pode se sentir convidada a desfrutar dessa história, que é capaz de abraçar crianças, adultos e idosos, e que fala sobre travessias culturais, sobre encontros e desencontros, formada por essa grande colcha de retalhos de ditados, comidas e costumes.
O livro encontra-se disponível para entrega física em todo o país, sendo solicitado através de seu instagram: @baudaclaudinha.
É possível também adquirir o E-book pelo link: https://www.amazon.com.br/dp/B09MBDXHS9/ref=cm_sw_r_apan_8T9QGDS2BM5WXRQBKDRT
e o áudio book em: https://m.soundcloud.com/user-728554442-379880674/o-menino-e-a-matinta?si=ac89cdd60c6847b381c8a1e714f8c4b
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