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O LIBERAL: Unifesspa acumula cortes e orçamento não dá nem para pagar a energia

Publicado: Quarta, 16 de Novembro de 2022, 15h37 | Última atualização em Quarta, 16 de Novembro de 2022, 15h37 | Acessos: 527

Veículo:  O Liberal

Data: 07/11/2022

Link: https://www.oliberal.com/para/unifesspa-acumula-cortes-e-orcamento-nao-da-nem-para-pagar-a-energia-1.609720

A cada nova restrição financeira anunciada, a Unifesspa se vê diante do impasse de ter que elencar o que é prioridade para não paralisar totalmente as atividades desenvolvidas nos seus 42 cursos de graduação e 13 de pós-graduação

Tay Marquioro/ O Liberal
 
 Este é um dos piores momentos para a Unifesspa desde a sua criação em 2013 (Tay Marquioro/ O Liberal)
 
Assim como outras instituições de ensino federais Brasil afora, a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) vem tendo que se adequar a uma nova realidade orçamentária, muito mais enxuta. O problema é que já não há mais onde cortar gastos para manter a universidade funcionando a contento e a tarifa de energia, por exemplo, não é paga desde o último mês de setembro.

“Esse é um dos piores momentos que a Unifesspa já passou na sua história. A Universidade foi criada em 2013 e, até hoje, nós não tínhamos passado por uma situação como essa, de ter que suspender pagamentos de serviços por conta da falta de recursos. E isto se agravou por conta desses cortes que foram feitos no mês de junho de 2022”, desabafou o reitor da instituição, professor Francisco Ribeiro da Costa. “Foram dois cortes que, somados, chegam a R$ 1,7 milhão e que afetou toda a nossa organização”, explicou.

A cada nova restrição financeira anunciada, a Unifesspa se vê diante do impasse de ter que elencar o que é prioridade para não paralisar totalmente as atividades desenvolvidas nos seus 42 cursos de graduação e 13 de pós-graduação. “Tivemos que focar na graduação, principalmente, nas atividades de campo. Nós drenamos todos os recursos para atender às atividades, sobretudo, da graduação, porque entendemos que elas já tiveram que ser represadas durante a pandemia. Então, optamos por atende-las nesse momento”, esclareceu o reitor.

Francisco Ribeiro, reitor: perdas acumuladas somam mais de R$ 4 milhões
Francisco Ribeiro, reitor: perdas acumuladas estão na casa dos milhões (Tay Marquioro/ O Liberal)

Enquanto os recursos financeiros ficam cada vez mais escassos, alunos, professores e técnicos precisam lidar com mais escassez também de recursos operacionais para seguir com as atividades. Com as limitações impostas por essa situação, a continuidade das ações ensino, pesquisa e extensão estão chegando bem perto do limite, correndo o risco, inclusive, de comprometer os contratos de serviços terceirizados.

“Para se ter ideia, nós temos uma série de equipamentos de laboratório que estão parados precisando de manutenção, mas não temos esse recurso para executar esses serviços ou mandar os equipamentos para o conserto. Nós já não estamos pagando a energia, já suspendemos a viagem de professores a congressos científicos e, no mês que vem, se não recebermos o aporte de recursos necessário para o funcionamento, vamos ter que deixar de pagar os funcionários da limpeza, os funcionários da manutenção e da vigilância”, lamentou o professor Francisco.

Diante das dificuldades, o reitor garante que está sendo feito todo o possível para garantir minimamente o prosseguimento dos trabalhos e evitar que a falta de recursos básicos seja sentida pela comunidade acadêmica. No entanto, as notícias não são muito animadoras. “Este ano, nós já fizemos uma série de comunicações ao Ministério da Educação (MEC). Desde o dia 27 de julho, estamos solicitando recursos. Mas o próprio MEC nos informa que, assim como outros órgãos do governo federal, ele não tem mais limite orçamentário. O último pedido foi enviado no último dia 19 de outubro, onde nós informamos a suspensão do pagamento da energia elétrica, já precavendo que outros pagamentos podem vir a ser suspensos também e que, se nós não recebermos recursos até a próxima semana, vamos ter que parar”, afirmou o reitor. “E isto significa demitir servidores terceirizados e parar a universidade até que nós tenhamos aporte de recursos. Essa é a nossa situação hoje”.

Apesar de todos esses esforços, a comunidade acadêmica já vem sofrendo as consequências da restrição orçamentária pela qual a universidade vem passando. “Não temos mais nem o transporte gratuito que a Unifesspa oferecia aos estudantes que precisavam trafegar entre as unidades de Marabá”, disse o acadêmico de Letras, Carlos Eduardo Alves, integram do Diretório Central dos Estudantes. “O que a gente sente é uma sensação de desamparo e a incerteza se amanhã nós vamos conseguir voltar à universidade”.

Carlos Eduardo, estudante: 'o que a gente sente é uma sensação de desamparado e a incerteza se amanhã vamos conseguir voltar à universidade'

Carlos Eduardo, estudante: 'o que a gente sente é uma sensação de desamparado e a incerteza se amanhã vamos conseguir voltar à universidade' (Tay Marquioro/ O Liberal)

“A nossa universidade atualmente se mantém com as portas abertas graças a emendas parlamentares de lideranças políticas que se sensibilizam com a situação. Mas não sabemos até quando vamos poder contar com essa ajuda. Em 9 anos de Unifesspa, esse é o nosso segundo pior orçamento, só é maior que o orçamento do primeiro ano, quando tínhamos 600 estudantes. Só que, hoje, nós temos quase 7 mil discentes”, conclui o reitor, analisando que, desde 2019, a universidade acumula perdas que já somam mais de R$4 milhões.

Unifesspa em números

População acadêmica: 7 mil alunos

População docente: 500 professores

Mão-de-obra auxiliar: mais de 200 técnicos

Área construída: 50 mil m²

Profissionais formados em 9 anos: mais de 4 mil

Cursos: 42 de graduação e 13 de pós-graduação

Cidades onde está presente: Marabá (com três unidades), Xinguara, Santana do Araguaia, São Félix do Xingu e Rondon do Pará

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